Aurora
Aquela que ouve os sussuros do vento

Conheçam Aurora, a Filha do Outono.
Ela chegou ao mundo em uma tarde dourada, quando as folhas, tingidas de cobre e ferrugem, se desprendiam dos galhos como suspiros cansados. E talvez, desde aquele primeiro instante, ela carregue em si a melancolia serena da estação que a batizou.
Não se deixem enganar pela chama de seus cabelos, tão vivos e cor de fogo. Aurora não é como as chamas que se espalham; ela é mais como a brasa oculta sob as cinzas: quieta, quente por dentro, mas quase invisível aos olhos alheios. Desde pequena, ela preferiu o silêncio, sentindo-se uma peça solta, como se tivesse sido encaixada neste mundo por engano.
Enquanto outros encontram conforto nas conversas e nos salões cheios, o refúgio de Aurora tem o cheiro de terra molhada e o murmúrio distante do rio. É nas margens, longe das expectativas, que ela encontra uma paz que nunca sentiu dentro de casa. Ali, sua verdadeira voz ganha forma, não em palavras, mas nos traços de seu lápis. Em seus cadernos, ela desenha o que vê, mas, principalmente, o que sente — um emaranhado de sensações e sentimentos que se atropelam dentro dela sem encontrar ordem.
Mas há mais em seu mundo do que a solidão escolhida e a arte que dela transborda. Seu silêncio é povoado por mistérios. É a visão de uma silhueta em uma noite de tempestade, a visita de criaturas aladas e translúcidas que a guiam para florestas que parecem saídas de um sonho, e a presença de um caderno de couro preto que surge em seu quarto, guardando segredos e desenhos que não são seus.
Aurora vive com a estranha sensação de que há um segundo coração batendo dentro de si, chamando-a para um lugar que ela nunca conheceu. Ela é um convite para olhar mais fundo, para sentir o que não é dito e para entender que, às vezes, as almas mais profundas são aquelas que menos fazem barulho.
Venham desvendar os ecos do crepúsculo que a cercam e a história que ela ainda tenta entender sobre si mesma.
Nesta galeria, convidamos você a vislumbrar fragmentos do mundo de Aurora, a sentir a paleta de cores que tinge sua existência – dos tons sépia de suas memórias aos laranjas vibrantes de seus raros, mas intensos, momentos de revelação.
Livros em que aparece: Reflexos da Alma; Dobras do Tempo
Galeria de Aurora

Aurora e Alfred.

Por do Sol.

Desenhando seus pensamentos

Pintura de Aurora.

Aurora e seus Pais.

Aurora e seus medos